quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Nova Serrana: Patrimônio histórico municipal abrigará trailer e será transformado em lanchonete

 
O casarão centenário da Rua Dimas Guimarães, último remanescente da época colonial, testemunha da transformação do velho Cercado de Pitangui na hoje promissora capital nacional do calçado esportivo e tombado pelo patrimônio histórico de acordo com decreto 16/2002, pelo então Prefeito Joel Pinto Martins; vêm sendo modificado por uma das herdeiras, com aprovação do Conselho Municipal de Cultura e transformado em um ponto de exploração comercial.
 
A decisão de ceder o velho casarão para exploração comercial foi tomada em conjunto pela secretaria de cultura de Nova Serrana e o Conselho Municipal de Cultura local, com participação de familiares com direito a herança no casarão depois da morte de seu proprietário original, José Caetano de Freitas, em uma reunião extraordinária.
 
A equipe de reportagem do Jornal O Popular procurou a secretaria de cultura de Nova Serrana em busca de copias do termo de tombamento e da ata da reunião extraordinária do conselho municipal de cultura, sendo informada pela atendente de que somente a secretária municipal de cultura Elaine Conceição Santos Costa, poderia autorizar a entrega de tais cópias.
 
De acordo com a secretária Elaine, uma das herdeiras do casarão procurou a secretaria municipal de cultura munida de documentos que lhe autorizava a utilizar o lote vago anexado ao patrimônio e também declarado como patrimônio histórico. Diante da autorização dos familiares, Elaine convocou uma reunião extraordinária do conselho municipal de cultura e expôs o assunto, sendo votado e aprovado por unanimidade. A autorização prevê que as características originais do casarão deverão ser mantidas podendo a usuária utilizar apenas a área externa do imóvel para o comércio de lanches, preservando a visibilidade do imóvel.
 
A reportagem procurou pela secretária durante toda semana até que na quinta-feira (6) pode ser atendida, na sede do centro municipal de cultura, no entanto nenhum documento foi apresentado limitando-se a secretária a explicar como se deu a negociação.
 
Um dos membros do conselho municipal de cultura que preferiu não se identificar, afirma que desde o início se posicionou contra a liberação da área para instalação de um ponto comercial acreditando que haverá uma descaracterização do patrimônio. O conselheiro afirma que na ata da reunião que autorizou o uso do espaço por uma das herdeiras, está claro que nenhuma benfeitoria poderia ser feita no local e que o cimentado feito no quintal do casarão já é motivo suficiente para que o acordo seja revogado e a autorização de uso do espaço, independente da requerente ser herdeira ou não, poderá ser cancelada.
 
O casarão foi construído no início do século 19 pertencendo à senhora Joana Genoveva. Nele foram realizados por 44 anos os ofícios religiosos locais depois que a primeira capela local foi destruída em um incêndio. O fato ocorrera no ano de 1880, o que indica que, partindo dessa data, o patrimônio fora erguido a mais de 140 anos.  
 
Muitas lendas cercam a história do casarão, entre elas a possibilidade de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, ter pernoitado em seu interior. Lendas à parte, o velho casarão está abandonado culturalmente e agora, com a instalação do trailer, passará a ser frequentado cotidianamente, embora não pelo que ele representa para a história de Nova Serrana e sim pela exploração comercial, um ótimo negócio uma vez que está situado no coração comercial da cidade.
 

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