sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

População de Nova Serrana fica sem Hospital


Os problemas envolvendo o Hospital São José parece aumentarem a cada dia. Com uma dívida milionária junto ao Instituto Nacional de Seguro Social – INSS, com fornecedores e até com funcionários e médicos contratados, a direção não viu alternativa senão renunciar.
 
Desde então a unidade médica encontra-se funcionando de forma precária. De acordo com o secretário municipal de saúde, Caio Túlio, a subvenção que era repassada pela administração municipal anterior, deixou de ser entregue entre os meses de outubro a dezembro, o que gerou insuficiência financeira, e consequentemente levou toda a diretoria a apresentar uma carta renúncia ao ministério público.
 
Para solucionar o problema, duas reuniões foram marcadas pelo ministério público na tentativa de promover uma nova eleição da Fundação São Vicente de Paula, no entanto, de acordo com o secretário, não ouve quorum suficiente para promover a eleição e o resultado foi o fechamento do hospital.
 
Caio Túlio explica que sem os repasses, os médicos que realizavam o trabalho à noite, como contratados, deixaram de receber seus salários e por esse motivo deixaram de trabalhar. Sem a presença de pelo menos um médico, 24h por dia, qualquer hospital é impedido de promover internações, "se um paciente tiver problemas durante a noite, sem um médico presente, quem vai fazer o atendimento?"
 
Os problemas tiveram início depois que chegou à mídia, as várias mortes ocorridas na maternidade do hospital. Uma auditoria foi realizada em 2012 e seu resultado foi entregue indevidamente a um órgão de imprensa que publicou o que deveria ser uma informação sigilosa.
 
Essa auditoria apontou que para funcionar corretamente a maternidade precisava contar com anestesista, pediatra e obstetra, presentes na unidade, 24h por dia. Dessa forma, trabalhando em regime de horário 12 por 36, que é o mais usado nesse tipo de seguimento, trabalhando o profissional 12 horas e descansando 36, seriam necessários pelo menos quatro profissionais de cada área. Cada equipe, somada aos profissionais já contratados, incluindo os de sobreaviso, geraria um despesa de R$ 60 mil, sendo quatro equipes, o custo seria de R$ 240 mil por mês.
 
Diante da situação, a diretoria da Fundação Hospitalar São Vicente de Paulo procurou o secretário municipal da época que afirmou não ter dinheiro em caixa para arcar com os custos o que decretou o fechamento da maternidade.
 
Caio explica que há uma entidade local disposta a assumir a direção do hospital e reabri-lo nos próximos dias, porém a decisão será tomada na próxima semana quando o promotor de justiça responsável pelo caso retorna do período de férias. Uma reunião está marcada para o início da semana e a partir dessa reunião é que terá definido o rumo do único hospital existente na cidade.
 
O secretário afirmou ainda que há três alternativas em pauta, entregar a administração do hospital a essa entidade que se propôs a assumir; o promotor de justiça determinar um interventor judicial por tempo determinado para assumir até que seja promovida uma nova eleição na Fundação ou a própria prefeitura assumir a direção do hospital, o que não seria viável uma vez que administrado pela prefeitura, todos os convênios firmados para atendimento particular precisariam ser cancelados tendo em vista que sendo administrada por um órgão público, a unidade médica não pode cobrar por seus atendimentos, gerando ainda mais custos ao município.
 
No entanto, caso não se resolva até o final de fevereiro, a prefeitura vai assumir o problema, "já está conversado e decido, se não se resolver, com um interventor judicial ou com a entidade que manifestou interesse, a prefeitura vai assumir" afirma o secretário.
 
Na manhã de quinta-feira (14) a reportagem do jornal o Popular esteve no hospital e foi informada pelo atendente que não havia ninguém internado bem como não havia nenhum médico no local. O funcionário afirmou ainda que curativos são os únicos procedimento realizado na entidade a pacientes que foram atendidos na clinica ou no próprio hospital, antes de seu fechamento e que os procedimentos se resumem aos atendimentos particulares e conveniados.
 

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