quarta-feira, 29 de julho de 2015

Estrela cadente: Prefeitura paralisa atividades devido à crise financeira em Estrela do Indaiá

Gestor aponta queda em repasses do FPM; G1 aguarda nota da União.

Reunião da AMM nesta quinta vai mobilizar prefeitos para recesso.

Ricardo WelbertDo G1 Centro-Oeste de Minas
Decreto determina medidas de contenção de gastos em Estrela do Indaiá (Foto: PMEI/Divulgação)Decreto determina medidas de contenção de gastos em Estrela do Indaiá (Foto: PMEI/Divulgação)
A Prefeitura de Estrela do Indaiá, no Centro-Oeste de Minas, suspendeu todas as atividades administrativas para economizar dinheiro. Apenas postos de saúde e o hospital municipal funcionam normalmente. A medida entrou em vigor na segunda-feira (27) e vai até sexta-feira (31). De acordo com o prefeito local, Tibúrcio Délbis (PP), a cidade de 3.516 habitantes vive uma crise financeira causada, dentre outros fatores, pela queda em repasses federais. O G1 entrou em contado com o Ministério da Fazenda e aguarda posicionamento sobre a situação dos repasses.
O governo de Estrela do Indaiá quer reduzir despesas com água, energia elétrica, telefone e combustível, dentre outros itens, para conseguir manter as contas em dia. Do total de 240 servidores efetivos ou contratados, os que atuam em setores que tiveram atividades suspensas não vão receber pela semana em que ficarem parados. "Depois a gente negocia, talvez recompensando esses servidores com férias", disse Tibúrcio Délbis ao G1.
Muita gente pensa que é má gestão minha. Perguntam onde o prefeito coloca o dinheiro que chega. Só que não tem chegado.
Tibúrcio Délbis, prefeito de Estrela do Indaiá
Segundo o prefeito, os cofres municipais estão sendo lesados pela queda dos repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), que reduziu 17% em junho de 2015 na comparação com o mesmo período do ano anterior. "Havia uma previsão de repasse no valor de R$ 182.000, mas o Governo Federal repassou apenas R$ 82.000. O Município não está tendo suporte para pagar folha, fornecedores e Previdência. Esses são os itens que mais pesam", disse o prefeito.
Em junho, Estrela do Indaiá não conseguiu pagar as contas nos postos de combustíveis que abastecem a frota municipal. "Meu objetivo com essa paralisação é chamar a atenção da população e do Governo Federal para a crise pela qual passamos. Isso é importante porque, na cidade, muita gente não sabe que a situação econômica está ruim porque o Governo Federal não cumpre corretamente os repasses. Muita gente pensa que é má gestão minha. Perguntam onde o prefeito coloca o dinheiro que chega. Só que não tem chegado", comentou.
Reunião define outras paralisações
O gestor afirma que foi o primeiro na região Centro-Oeste a decretar paralisação de uma semana em protesto contra a crise. Mas, outras cidades devem fazer o mesmo em breve. Nesta quinta-feira (30), às 9h30, prefeitos e representantes da Associação Mineira de Municípios (AMM) vão participar de uma reunião na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), em Belo Horizonte, para mobilizar administrações municipais e associações microrregionais para uma semana de recesso, que ainda será definida.
Estrela do Indaiá (Foto: AMM/Divulgação)Paralisação de atividades foi medida adotada contra
'crise' em Estrela do Indaiá  (Foto: AMM/Divulgação)
Na ocasião, serão debatidas as principais demandas do Executivo municipal, dentre elas o descumprimento do repasse do FPM por parte do governo federal, o Fundo de Erradicação da Pobreza, Transporte Escolar e a Lei Robin Hood.
Procurado pelo G1, o prefeito de Pará de Minas e presidente da AMM, Antônio Júlio (PMDB), disse apenas que irá ouvir cada um dos prefeitos que participarem, para que haja consenso nas decisões.
Em entrevista à TV Integração no dia 20 último,Antônio Júlio disse que muitos prefeitos temem dificuldade em pagar o 13º salários dos servidores neste ano. "Eles estão desesperados. O governo federal impôs aos gestores essa dificuldade e não tomou providências. As dificuldades são grandes e há uma insatisfação muito grande. O governo federal havia feito um acordo de repassar 0,5% em julho e vários prefeitos fizeram planos para esse dinheiro. Porém, só mandou metade, não cumprindo o que tratou", pontou.

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